sábado, 12 de maio de 2012

Indicações exteriores nas embarcações


No sentido de esclarecer algumas duvidas levantadas sobre as inscrições exteriores das embarcações de recreio (ER), nomeadamente nome, porto de abrigo e matricula, aqui vai a norma.

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Artigo 3º.

Classificação quanto à zona de navegação
As ER, quanto à zona de navegação, classificam-se em:

a) Tipo 1 — embarcações para navegação oceânica;
b) Tipo 2 — embarcações para navegação ao largo;
c) Tipo 3 — embarcações para navegação costeira;
d) Tipo 4 — embarcações para navegação costeira restrita;
e) Tipo 5 — embarcações para navegação em águas abrigadas.

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Artigo 13º.

Identificação das embarcações de recreio:

1 — As ER são identificadas pelo conjunto de identificação e pelo nome.
2 — O conjunto de identificação de uma ER deve ser expresso sem intervalos ou traços e compõe-se,
sequencialmente, por:
  a) Número de registo;
  b) Letras designativas do porto de registo, conforme quadro constante do anexo A do presente Regulamento, do qual faz parte integrante;
  c) Algarismo designativo do tipo de embarcação quanto à zona de navegação, de acordo com o disposto nos artigos 3º. a 8º.



Artigo 14º.

Nome da embarcação de recreio:
1 — O nome de uma ER carece de aprovação da autoridade marítima competente para o registo.
2 — Não é permitida a atribuição do mesmo nome a ER registadas no mesmo porto de registo.


Artigo 15º.

Inscrições exteriores:

1 — As ER devem ter inscrito à popa o seu nome e o do porto de registo, em caracteres bem visíveis, de cor contrastante com a da embarcação e de altura não inferior a 6 cm ou a 10 cm, respectivamente, para as embarcações do tipo 5 e para as restantes ER.
2 — Os caracteres do porto de registo devem ser de dimensão inferior aos do nome.
3 — As ER do tipo 5 devem ainda ter inscrito nas amuras o seu conjunto de identificação e, facultativamente, o nome.
4 — As ER dos tipos 1, 2, 3 e 4 devem ter inscrito no costado, em ambos os bordos ou em sanefas, de forma bem visível, os respectivos nomes.
5 — As embarcações de apoio a uma ER devem ter inscrito, em local bem visível, o nome da embarcação principal, seguido da abreviatura «AUX», em caracteres de altura não inferior a 6 cm.
6 — A existência de outras inscrições exteriores, nomeadamente as siglas de clubes, não pode prejudicar a boa leitura e a identificação dos caracteres a que se referem os números anteriores.
7 — As motos de água e as pranchas motorizadas (jet-ski) estão apenas obrigadas à afixação do seu conjunto de identificação.

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sexta-feira, 11 de maio de 2012

Barco solar!


A primeira volta ao mundo em barco solar!

O Planet Solar, o maior catamarã alguma vez construído movido exclusivamente a energia solar, terminou a sua volta ao mundo, com partida e chegada (mais de 19 meses depois), ao Mónaco. E enquanto uns celebram o barco solar, outros preparam mais uma grande viagem do Solar Impulse, avião a energia solar que também planeia uma volta ao mundo.
Depois de se ter apresentado há dois anos na Hafengeburtstag, festa que assinala o aniversário do porto alemão de Hamburgo, um dos maiores do mundo, o Planet Solar ("MS Tûranor" de seu nome náutico) soltou amarras do Mónaco em Setembro de 2010 para uma viagem que o levaria, além do Mediterrâneo, a cruzar os oceanos Atlântico, Pacífico e Índico.

Às 02h12 de 5 de Maio de 2012, voltou a atingir o Mónaco. Uma odisseia, referem os responsáveis em comunicado, que torna o Planet Solar o "primeiro veículo a conseguir realizar com sucesso uma viagem à volta do mundo usando apenas energia solar". E, sublinham, não foi usada "uma única gota de combustível", "Estamos extremamente felizes", sorria o pai do projecto, o suíço Raphaël Domjan à chegada ao Mónaco. "Mostrámos que temos as tecnologias e o conhecimento para nos tornarmos sustentáveis e defendermos o nosso planeta".

Ao todo, o Planet Solar percorreu, em cerca de 19 meses, mais de 32 mil milhas marítimas, correspondentes a quase 60 mil quilómetros, com escalas um pouco por todo o mundo. 

A embarcação, de 31 metros de comprimento e 15 de largura, coberto pelo equivalente a 537m2 de painéis fotovoltaicos, começou por ser um sonho de Domjan: desejava realizar uma circum-navegação recorrendo ao mínimo possível de energia. A ideia de um barco movido a energia solar chegou apenas em 2004 mas foram ainda precisos mais quatro anos para que os fundos necessários fossem angariados.

Entre os parceiros e investidores, contam-se o Governo suíço, a marca de relógios Candino, a empresa ImmoSolar (especilizada em gestão de energia) ou Immo Stroeher, pioneiro alemão da energia solar e co-fundador do projecto. "O MS Tûranor PlanetSolar é mais que um navio. Tornou-se um embaixador da energia solar", disse Stroeher.

O trajecto do barco seguiu sempre de perto a linha do Equador, o que os levou a cruzar os canais do Panamá ou do Suez e a paragens tão diversas quanto Tânger, Miami, Cancún, Galápagos, Polinésia Francesa, Brisbane, Hong Kong, Singapura, Bombaim ou Abu Dhabi e Doha. No total, 28 países, onde participaram também em eventos de promoção da energia solar.

Por estes dias, o êxito do Planet Solar anda a ser celebrado com vários eventos no Mónaco. Em breve, deixará o principado rumo a Marselha, onde será a estrela do programa local dos Dias Solares Europeus, evento dedicado à energia solar, de 9 a 12 de Maio. E, em jogo, não está apenas o barco mas o projecto global ecológico e seus detalhes: o sítio oficial do Project Solar na Internet está alojado em servidores alimentados a energia solar (com recurso à rede eléctrica à noite) da Horus Network e as pequenas deslocações em terra foram feitas em bicicletas eléctricas da Easy Move.



Entretanto, viagem e barco já têm cinco entradas garantidas no Livro Guinness de Recordes: "o maior barco movido a energia solar", "a mais longa viagem", a "primeira circum-navegação" , "a mais rápida travessia do Mar da China meridional" e "a mais rápida travessia do Atlântico" em barco a energia solar.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Vendée Globe - A regata!



Com largada marcada para 10 de Novembro de 2012, terá inicio a sétima edição da rainha das regatas de endurance, também chamada, o Everest dos mares, Vendée Globe.

Nada mais nada menos que a volta ao mundo em solitário e sem escalas, um desafio para marinheiros de barba rija!


Esta regata teve a sua primeira edição no ano de 1989/90 com a participação de treze embarcações. Neste ano completaram sete embarcações, a destacar a vitória do francês Titouan Lamazou, skipper do Ecureuil d’Aquitaine II, com um tempo de 109d8h48’50” (cerca de 24.000 mn).


1992/93 tem lugar a segunda edição. Com 14 inscritos, começa mal com o desaparecimento do skipper do Coyotem o americano Mike Plant, durante a ligação para Sables d’Olonne em Vendée. A sua embarcação foi encontrada no dia da partida. Um mau presságio para uma regata que se mostrou particularmente dura. Das 13 embarcações que largaram chegaram sete, mais uma vez o numero mágico. Mais uma vez um francês, claramente em maioria na prova, ganhou a regata, o Alain Gautier aos leme do Bagages Superior, terminou com 110d02h22’35”


1996/97 parte a terceira edição, com a participação, pela primeira vez, de duas mulheres. Com 16 concorrentes a prova ganha cada vez mais importância no calendário mundial da modalidade. Pela primeira vez entra um mono-casco de 60 pés com casco totalmente em carbono e mastro rotativo, uma grande inovação ao nível das embarcações. Para além das dificuldades normais da regata, saldou-se com o desaparecimento no mar de um skipper e da sua embarcação, o canadiano Garry Roufs com o Groupe LG2. O francês Christophe Augain, Geodis, chegou na frente dos seis barcos que terminaram com um tempo de 105d20h31’.
Catherine Chabauh, França, chega na sexta posição com 140d04h38’ e a sua conterrânea Isabelle Autisser acaba por desistir em Cape Town com o leme partido.


2000/01 é uma mudança de página nesta regata. Ainda com a memória fresca da ultima edição onde as depressões dos grandes mares do sul fizeram elevados estragos, arquitectos e tripulações empenharam-se na modificação das embarcações desta classe, 60 Open, de forma a tornar a viagem mais segura. Assim, com um numero recorde de 24 inscritos, desta vez vindos dos quatro cantos do mundo, bateu-se o recorde da prova, com 93d57’32” com o PRB de Michel Desjoyeaux. De salientar o brilhante segundo lugar com 94d4h25’40” da pequena, apenas em tamanho, inglesa Ellen Mac Arthur no seu Kingfisher. Terminaram esta edição 15 embarcações.


2004/05. Os skippers da Vendée Globe levam as suas máquinas aos limites desde a primeira até á ultima milha. O vencedor, Vincent Riou, não teve um único momento de descanso com o Jean Le Cam no seu encalce ficando no segundo lugar a sete horas do primeiro numa prova de 87 dias mar... Pela primeira vez tremeu o recorde da volta ao mundo sem escalas em multicasco e tripulação, Jules Verne, conseguindo o francês ganhador como seu PRB uma média de 12,73 nós nas 26.714 mn percorridas.
Concluíram 13 das 20 embarcações, numa luta muito acesa para os 3 três primeiros lugares..
1 – Vincent Riou (Fr, PRB) 87d10h47’
2 – Jean Le Cam (Fr, Bonduelle) 87d17h20’
3 – Mike Golding (GB, Ecover2) 88d15h15’


2008/09 com uma partida atribulada nas primeiras milhas, esta edição mostrou-se particularmente dura no mês de Dezembro, onde grandes dificuldades foram enfrentadas pela frota, tendo desistido por razões várias uma grande parte das 30 tripulações que alinharam na linha de largada. Mais uma vez fizeram-se mareações de grande gabarito, levando mais uma vez o conjunto homem/barco aos limites, caindo uma vez mais o recorde da prova.
Onze embarcações chegaram á linha de chegada.
1 – Michel Desjoyeux (Fr, Foncia) 84d03h09’
2 – Armel Le Cléac’h (Fr, Brit Air) 87d09h35’
3 – Marc Guillamot (Fr, Safran) 95d03h19’


Para a próxima edição, 2011/12 já estão confirmadas 18 embarcações.



Neste pequeno filme um teste de mar do skipper Bernard Stamm, com o seu Cheminées Poujoulat, a 20 de Abril ultimo em mares da Irlanda.


As embarcações mono-cascos de 60 pés (18,28 metros). Todas elas hoje certificadas pela IMOCA, organização fundada em 1998 e reconhecida pela ISAF (Federação Internacional de Vela). A IMOCA com cerca de 30 skipper associados, acolhe no seu campeonato duas regatas á volta do mundo (uma delas a Vendée Globe), uma volta á Europa e várias regatas transoceânicas.


 As embarcações são verdadeiras obras de arte em todas as frentes.
Estes 60 pés, com uma LOA de 20,1 metros, pesam em média perto de 9.000 Kg, sendo cerca de 4.000 kg no patilhão basculante. O peso pode ser controlado pelo enchimento de tanques de lastro a bombordo e a estibordo, tendo 2 na proa com 1.650 litros,  2 de 950 litros entre a amura e o través, 2 entre o través e a alheta com 1.350 litros e por último 2 na popa com 1.350 litros.
Cascos, mastros retrancas, roda de leme, beliches e outras componentes todas em carbono.
Um superfície vélica de cerca de 340 metros quadrados, podendo ultrapassar os 600 m2 com balão.


Mais informações em