Les Voiles De St Tropez 2011. Photos c/o Carlo Borlenghi.

sábado, 24 de setembro de 2011
Regata Solitários ANC 2011
Rio Tejo recebe regata Solitários ANC 2011/Turismo de Macau
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O Rio Tejo recebeu hoje, 24 de Setembro, a regata Solitários ANC 2011 / Turismo de Macau com sistema de abono ANC e IRC.
A prova desportiva está inserida no programa de apoio à realização de diversos eventos desportivos por parte do Turismo de Macau em Portugal, que visam igualmente divulgar e promover Macau como destino turístico.
Instantes antes da partida!
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sexta-feira, 23 de setembro de 2011
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
Diário de Bordo
O diário de bordo é um precioso auxiliar
de navegação. É o local onde se anotam e registam diversos factores que ocorrem
numa viagem. Apesar de não ser obrigatório nos barcos de cruzeiro, deve ser
usado, pois além de ter anotada a actividade de bordo, acaba por ser uma excelente
recordação de um cruzeiro quando bem preenchido.
Existem alguns modelos que se podem adquirir nas lojas da
especialidade, mas poucos são os que nos satisfazem. Devem ter sempre uma
página em branco enquanto que a outra terá uma grelha de entradas com os itens
a preencher. A página em branco servirá para anexar documentos, desenhos ou
observações. Caso não seja possível encontrar um diário de bordo que
nos agrade, hoje em dia com um computador podemos imprimir rapidamente um a
nosso gosto, senão qualquer caderno com páginas em branco ou quadrículas
servirá o propósito.
O registo de entradas no diário de bordo deverá
ser da responsabilidade de um membro da tripulação, normalmente de quem se
encarrega da navegação de bordo ou do responsável da embarcação. O seu uso
obedece a regras simples mas metódicas, de modo a tirarmos dele alguma
utilidade.
Existem vários tipos de registo num diário de bordo que
podem ser mais ou menos completos conforme a viagem a efectuar.
Deverá haver uma primeira parte, em estilo de introdução, onde é inscrita a
informação considerada relevante numa partida que poderá conter, entre outros,
os seguintes dados:
· porto e hora da largada
· porto e hora estimada da chegada
· quantidade de água e combustível a bordo
· horas de motor
· milhas do conta-milhas
· rol de tripulantes
· timoneiro/responsável
As horas deverão ser sempre
em UT. Quando for necessário referência em horas locais deverá ser mencionada a
diferença para UT. Poderá ainda descrever condições atmosféricas, mar, o
abastecimento e a revisão efectuada (ou não) ao barco, e outro assunto que se
julgue de interesse.
As outras entradas serão feitas sempre num determinado intervalo
de tempo a definir. Será normal pensar 2, 3 ou 4 horas. Mas existem alturas em
que o registo deve ser obrigatório. Todos os inícios do dia, mudanças de turno,
alterações de rumo, marcações do ponto, alterações significativas do mar ou do
tempo, etc.
Numa viagem oceânica, quando nos cruzamos ou estabeleçemos um contacto com
outra embarcação, anotaremos o local do contacto, a nacionalidade, o rumo e o
tipo do outro navio. Estas entradas poderão ter os seguintes dados:
· Hora (UT)
· Posição (latitude e longitude)
· Rumo
· Milhas marcadas no conta-milhas
· Velocidade do barco
· Vento (direcção e velocidade)
· Tempo (pressão, temperatura, humidade)
· outros dados interessantes
No final da viagem, à chegada encerraremos o diário dessa
viagem anotando:
· porto e hora da chegada
· horas do motor
· milhas do conta milhas
· horas e milhas gastas
· tripulação que chegou (pode haver trocas nas escalas efectuadas)
E porque não terminar com
um registo de cada tripulante sobre a viagem? Fotos, desenhos e comentários
serão sempre uma lembrança para recordar no futuro.
A experiência ditar-nos-á os elementos que são mais importantes,
até porque não fará muito sentido fazer um registo muito completo numa saída de
um dia quando damos apenas uma voltinha. Ao invés, numa travessia
longa de alguns dias ou semanas o registo torna-se útil nos dados para
navegação, e mais ainda numa sempre possível e indesejável avaria.
Torneira de válvula de esfera
Por vezes parece que a torneira se encontra em boas condições e estás neste estado....
Torneira de válvula de esfera
Vide também
Válvulas de fundo
Torneira de válvula de esfera
Vide também
Válvulas de fundo
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
AC - Capsize for all.......
America's Cup - Plymouth
Imagens espectaculares dos tombos da espectacular final de domingo último.
Imagens espectaculares dos tombos da espectacular final de domingo último.
terça-feira, 20 de setembro de 2011
Trovoadas - Como Proteger a Embarcação e a Tripulação
Como estava combinado, meu post de 18 do corrente, Trovoadas – Um dos mais dramáticos fenómenos
meteorológicos, cambamos e partimos para o segundo bordo, como proteger a
embarcação e a tripulação.
Os efeitos de um
raio.
Para o homem os efeitos da queda de um raio são queimaduras
graves com destruição de tecidos e/ou paragem respiratória e/ou paragem
cardíaca e muito provavelmente a morte.
A bordo a tripulação pode saber quando está eminente a queda
de um raio, uma vez que no momento em que a embarcação atravessa uma zona carga
positiva, pode-se observar, se for de noite, uma luminescência no céu, ouve-se
um zumbido semelhante ao produzido pelas abelhas e um forte odor característico
no ar. Quando o raio está eminente, ouve-se um assobio estridente.
Sob pena de morrer, os tripulantes devem afastar-se do
mastro o mais possível e colocarem-se de cócoras, com os pés juntos, as mãos
atrás da cabeça apoiada nos joelhos.
O mais aconselhável é permanecer no interior da embarcação
durante o tempo que durar a trovoada, limitando ao mínimo indispensável a
exposição da tripulação à intempérie..
Para o veleiro os efeitos da queda de um raio são:
- o casco estala numa forma radial a partir da quilha,
quando a base do mastro pousa sobre o quilha;
- incendio do veleiro, quando a base do mastro pousa sobre a
coberta, ficando isolado do mar;
- perfuração do casco, fusão de algumas peças metálicas;
- destruição total da electrónica de bordo e descalibração
das bússolas.
Partindo da lâmpada do topo do mastro, do anemómetro, da giroutte
ou da antena da VHF (figura abaixo) o raio passa sempre pelos cabos dos
circuitos eléctricos ou electrónicos, incendiando tudo á sua passagem até ao
mar.
Mastro sem estar ligado a uma placa de massa
Mastro ligado a uma placa de massa.
Avaliação do risco de
apanhar com um raio.
Este risco depende a época do ano em que nos encontramos
(mais o menos favorável á circulação de massas de ar instáveis, logo maior
probabilidade de ocorrer trovadas) e do indicie ceráunico (indicie que indica o
número de dias de trovoada por ano numa determinada região) da zona onde
navegamos.
O risco de levar com um raio é potenciado para o objecto que
assegure o melhor contacto com o mar: é no topo deste objecto que são
acumuladas as cargas positivas. No caso do veleiro, como vimos, será sempre o
topo do mastro.
Geralmente o mastro de um veleiro é 1,5 a linha de água do
veleiro. Se a presença do mastro explica a razão pela qual aumenta a
possibilidade de atrair um raio, a sua altura permite estimar o risco disso
acontecer.
Supondo que um veleiro com uma linha de água de 10 m, terá
um topo de mastro a 15 m acima do mar. O mastro vai atrair o raio numa
superfície circular da qual o raio (este da circunferência) é igual a duas
vezes a sua altura. No nosso exemplo, (15 x 2)2 x 3,14 = 2.800 m2.
Assim, o risco de o raio nas cair em cima numa área de 1 km2
será de:
1.000.000 m2 / 2.800 m2 = 350
(aproximadamente)
Quer isto dizer 1 para 350 raios por km2.
Se tivermos conhecimento da frequência de raios por km2
da zona onde navegamos, por exemplo 7
por ano, o nosso risco pode ser avaliado de uma vez todos os (350/7) 50 anos.
Na regiões tropicais e equatoriais, onde o indicies
ceráunico são sempre muito elevados (pelo menos uma centena de trovoadas por
ano), o número de raios por km2 é de várias dezenas.
Na verdade quando navegamos ao largo, o risco de ser
apanhado por um raio é baixo, não quer dizer nulo. Na verdade, no mar alto, o
que se passa é que as cristas das vagas fazem melhor um efeito poder das pontas que o nosso veleiro. Podemos ter sempre o
azar da descarga eléctrica no momento em que o barco passa a crista da onda....
Quando estamos fundeados, os riscos são importantes. De uma
forma geral é em final de tarde que as trovoadas surgem quando a embarcação já
se encontra fundeada. Á semelhança de uma árvore dominante numa planície, o
mastro de um veleiro em águas calmas pode potenciar o efeito poder das pontas.
O que fazer para se
proteger dos raios?
Para que não haja riscos nenhuns é necessário que o mastro e
seus componentes se encontrem ligado electricamente ao casco, ele próprio
condutor. Este é o caso dos veleiros cujo os cascos são em alumínio ou em aço
em que a tripulação não arrisca nada no seu interior, desde que não toquem em
nenhum dos componentes metálicos. Não há registo nos veleiros de construção
metálica de vitimas ou de avarias maiores, mesmo sendo este tipo de construção,
metálica, mais propicia a atrair os raios. A significativa quantidade de metal
em contacto com a água, favorece a rápida dissipação da carga eléctrica.
Para estar seguro durante uma trovoada num veleiro em fibra
ou outro material não metálico, não existe outra solução que a montagem de um
sistema pára-raios, permitindo a captação, condução e descarga do raio.
Este dispositivo é constituído por:
- para a captação, uma vareta de cobre (ponteira), cuja a
extremidade ultrapasse em 20 cm a ponta do mastro;
- para a condução, uma tira condutora, com condução idêntica
á de um cabo de cobre com 20 mm2 de secção mínima;
- para a descarga, uma placa de massa de cobre com o mínimo
de 0,2 m2 de área, com uma espessura de 4 mm, fixada em local e
posição que mantenha o contacto permanente com a água, sob quaisquer condições
de navegação.
Este dispositivo pára-raios não vai impedir que o veleiro
seja atingido pelo raio, mas pelo contrário, o risco é potenciado. O objectivo
do dispositivo é proteger a tripulação e a embarcação.
No exterior da embarcação:
Veleiro em piloto
automático
Com ou sem pára-raios, é sempre mortal segurar no leme!
A solução usada por alguns tripulantes de arrastar na água
correntes presas aos brandais não vale de nada, uma vez que a superfície de contacto
eléctrico entre a corrente e os brandais, bem como entre os elos das própria
corrente, é de apenas de alguns milímetros quadrados. Conseguimos potenciar a
probabilidade de ser atingidos por um raio, sem garantir que conseguimos
dissipar a energia deste.
A antena VHF e o seu cabo, não podem, em caso algum,
funcionar como pára-raios. Pelo contrário se o raio os atingir, teremos que
temer o pior. O cabo da antena deve estar sempre resguardado de uma proteção
trifásica que se encarregue de conduzir para o mar toda a eléctricidade da
descarga, antes desta chegar ao emissor/receptor, o que pressupõe uma placa de
massa instalada.
Sem um pára-raios instalado que permita a condução e
respectiva descarga, poderemos usar um tubo condutor com um mínimo de 7 cm2.
É o caso do tubo do mastro que de uma forma geral é fabricado em materiais
muito condutores, constituindo assim um excelente canal para a condução do
raio. Resta-nos assim estabelecer a ligação do mastro com a superfície que se
encontra em contacto com a água para permitir a descarga. Para isto podemos
usar cabo especifico, 3 condutores de cobre entrançados com uma secção mínima
de 8 mm2. Este cabo deve ser enrolado no pé do mastro e ter o
comprimento suficiente para chegar até cerca de um metro de profundidade, onde
na sua extremidade será soldada uma placa de cobre com pelo menos 30 cm que
ficará submersa. Este dispositivo deve apenas ser montado quando a trovoada
está eminente (sob pena de fenómenos electrolitícos que podem deteriorar o
mastro nunca devemos deixar esta instalação montada em permanência).
Há que ter muita atenção quando a descarga é conduzida pelo
mastro, pois poderá haver arcos eléctricos entre o mastro e todas as peças
metálicas que se encontrem num raio de 2 m, quer dizer brandais, estais,
varandim, correntes, etc.
Por esta razão de preferência ter o mastro ligado a uma
placa de massa, ou na pior das hipóteses a um dos parafusos do patilhão (ver
fotos abaixo) deforma a evitar o efeito de arco eléctrico.
Como está no desenho acima (no exterior da embarcação),
devemos ter uma rede que ligue todas as componentes metálicas á placa de massa.
É imperativo manter-se afastado desta rede durante uma
trovoada.
As baterias devem ser deligadas nos bornes, os equipamentos
electrónicos desligados por completo. O manuseamento de qualquer equipamento
electrónico, mesmo o VHF, é fortemente desaconselhado.
A antena VHF deve ser desenroscada. Ter em atenção em
proteger esta ponta, pois no caso de receber uma descarga, pode se dar o efeito
de arco a partir da dita ponta (raio de 2 m).
Mesmo que esteja muito calor, manter todas as janelas e
aberturas fechadas.
O tripulante(s) que estiver de quarto, deverá estar de botas
de borrachas sentado no poço (na madeira ou fibra) e o mais afastado possível
de todas as componentes metálicas. Procurar nunca se colocar entre o mastro e
qualquer componente metálica, nomeadamente na linha entre o mastro e o motor.
Não deverá deitar-se, nem manter as pernas afastadas.
O veleiro deve navegar (até onde for possível) em piloto
automático.
Se estiver fundeado, não condene á morte um tripulante
dando-lhe instrução para manipular o ferro!
Nunca tomar banho nas proximidades do veleiro.
Crash Test Boat Seacocks
Teste interessante sobre avarias no bujão de fundo, válvulas e outras aberturas......
segunda-feira, 19 de setembro de 2011
Aforismos
Aqui vai mais um meteorológico:
Céu vermelho de manhã
É o aviso do marinheiro;
Céu vermelho á noite
É a felicidade do marinheiro
Céu vermelho de manhã
É o aviso do marinheiro;
Céu vermelho á noite
É a felicidade do marinheiro
Mais uma saída atribulada, Point Panic!!
Imagino o que ficou como recordação destes turistas que foram ver a cerimonia das cinzas......
Point Panic
Point Panic
domingo, 18 de setembro de 2011
Trovoada - um dos mais dramáticos fenómenos meteorológicos
Não deixa de ser um espetáculo digno ver o que se passa num
gigante cumulonimbus em plena atividade de trovoada, sobretudo quando estamos
num local seguro e abrigado.
Mas quando somos apanhados
por este fenómeno no mar, a questão é outra.
Vou falar sobre este tema em
dois bordos, um, este primeiro, em que vou tentar da melhor forma definir o
fenómeno meteorológico em si, e um segundo bordo, que será publicado dentro de
dias, sobre os cuidados que se podem ter na embarcação para minimizar e lidar
com a queda de raios na embarcação.
Não quero deixar de
salientar, que de uma forma geral, em termos de mar, quando falamos de
trovoadas, a maior parte dos navegantes pensa de imediato no raio a cair mesmo
em cima de nós. Certo é que esta é uma das probabilidades, como iremos ver no
segundo bordo, em que as principais vitimas são a electrónica e aparelhos
eléctricos de bordo (numa embarcação protegida), mas não nos podemos esquecer
das rajadas de vento que acompanham uma trovoada e que são, como a trovoada em
si, muito perigosas e com maior probabilidade de fazer estragos. No espaço de
alguns segundos o vento pode subir aos 40/50 nós e assumir uma direcção
contrária á que precedia a sua chegada.
O mais responsável será
sempre evitar estas formações (visíveis ao longe), se fundeados levantar ferro
(fortes probabilidades de desgarrar), se não for possível evitar, baixar todo o pano e
fazer frente ao animal!
A trovoada
constitui um dos mais dramáticos fenómenos meteorológicos.
Uma trovoada consiste num
conjunto de fenómenos intensos associados a cumulonimbus: raios, relâmpagos, rajadas de vento, inundações, granizo e, possivelmente, tornados.
Para uma trovoada se formar
é necessário que exista elevação de ar húmido numa atmosfera instável. A
atmosfera fica instável quando as condições são tais que uma bolha de ar quente
em ascensão pode continuar a subir porque continua mais quente do que o ar
ambiente. (A elevação do ar quente é um mecanismo que tenta restabelecer a
estabilidade. Do mesmo modo, o ar mais frio tende a descer e a afundar-se
enquanto se mantiver mais frio do que o ar na sua vizinhança.) Se elevação de
ar é suficientemente forte, o ar arrefece (adiabaticamente) até temperaturas
abaixo do ponto de orvalho e condensa, libertando calor latente que promove a
elevação do ar e «alimenta» a trovoada. Formam-se cumulonimbus isolados com
grande desenvolvimento vertical (podendo ir até 10 ou 18 mil metros de
altitude) alimentado pelas correntes ascendentes de ar.
As trovoadas podem-se formar
no interior das massas de ar (a partir da elevação do ar por convecção - comum
em terra nas tarde de Verão - quando o aquecimento da superfície atinge o seu
pico - e sobre o mar nas madrugadas de inverno, quando as águas estão
relativamente quentes); por efeito orográfico - (a barlavento das grandes
montanhas) ou estar associadas a frentes - sendo mais intensas no caso das
frentes frias.
As trovoadas mais fortes são
geradas quando ar quente e húmido sobe rapidamente, com velocidades que podem
chegar aos 160 km por hora, até altitudes mais elevadas e mais frias. Em
cada momento há na ordem de 2000 trovoadas em progresso sobre a superfície da
Terra. Os relâmpagos surgem quando as partículas de gelo ou
neve de uma nuvem começam a cair de grande altitude em direcção à superfície e
correspondem à libertação de energia devida à diferença de carga entre as
partículas.
O RAIO
Duas cargas
elétricas de sinais opostos são fortemente atraídas uma para a outra. Contudo,
o ar é fraco condutor da corrente elétrica, não permitindo que estas se
aproximem. Quando o ar que se encontra entre as cargas não consegue impedir a
sua aproximação, dá-se uma descarga elétrica.
Na figura abaixo
apresentam-se os diferentes tipos de raios que ocorrem durante uma trovoada:
raios intra-nuvens, raios entre-nuvens e raios nuvem-terra.
Nos raios
nuvem-terra, as cargas negativas na base da nuvem deslocam-se em direção às
cargas positivas na terra, por impulsos, num percurso aleatório invisível e em
zig zag, chamado de traçador. Estas cargas negativas, também designadas por
eletrões, deslocam-se a velocidades da ordem de 200 km/s. Quando chegam perto
da superfície terrestre (a poucas dezenas de metros), é produzida a primeira
descarga eletromagnética: o primeiro raio. Na sequência do primeiro raio podem
ocorrer raios secundários através do mesmo canal, o que por vezes dá o aspeto
de cintilação do raio. Este processo continua até que não exista diferença de
potencial elétrico entre a nuvem e a terra. Os raios nuvem-terra podem ser
positivos ou negativos. Se o raio ocorre entre a nuvem carregada negativamente
e a superfície terrestre carregada positivamente a polaridade é negativa; no
caso inverso a polaridade é positiva.
Distribuição das cargas elétricas numa nuvem e
tipos de raios.
Os raios com polaridade
negativa são mais frequentes do que os com polaridade positiva. Em termos
estatísticos, as descargas elétricas atmosféricas correspondem a 80% das
descargas que chegam à superfície terrestre e, em média, às descargas positivas
estão associadas maiores quantidades de energia. Na figura que se segue
apresenta-se um esquema de formação de um raio nuvem-terra.
Formação de um raio.
Dimensões e
trajetória do raio
O comprimento de
um raio pode variar entre 0,1 e 20 km e a sua velocidade atinge 40000 km/s,
pouco mais de um décimo da velocidade da luz. O diâmetro da coluna de ar onde
ocorre o raio é aproximadamente 3 cm.
Potência
libertada por um raio
Um raio pode ter
uma corrente elétrica superior a 100Kamp. Em cada segundo o globo terrestre
recebe mais de 3 dezenas de descargas elétricas atmosféricas. A potência deste
“fogo celeste” é da ordem de 700MW; a central termoelétrica do Carregado, no
início do seu funcionamento, tinha uma potência total de 750MW.
Cor do raio
A cor do raio
está associada à composição da atmosfera onde ele ocorre, designadamente:
- Vermelha indica presença de
precipitação na atmosfera;
- Azul presença de gelo /
granizo Amarela indicação de poeiras na atmosfera;
- Branca é sinal de ar muito
seco.
Temperatura do
ar circundante do raio
A temperatura do
ar, ao longo do trajeto do raio, é muito elevada, cerca de 30000ºC (cinco vezes
a temperatura do sol). O ar atravessado pelo raio é assim “queimado”
instantaneamente. Esta temperatura elevada é suficiente para pôr em combustão
qualquer tipo de material combustível, designadamente florestas em dias com
temperatura do ar elevada, humidade relativa baixa e em locais onde não ocorra
precipitação.
Os perigos
associados aos raios
O raio é o
elemento mais perigoso de uma trovoada, uma vez que é portador de grande
quantidade de energia eletromagnética a que se associam temperaturas elevadas,
forças de pressão elevadas e efeitos eletromagnéticos percetíveis a longa
distância.
Um raio que
atinge, por exemplo, um cabo de energia elétrica próximo de uma habitação, que
não esteja devidamente protegida, poderá eventualmente danificar grande parte
dos aparelhos elétricos e eletrónicos. Por outro lado, as temperaturas elevadas
associadas ao raio, podem dar origem a incêndios.
A força de
pressão explosiva que resulta da expansão do ar sobreaquecido pode ser superior
a 50 atmosferas e projetar uma pessoa vários metros. Por fim, os efeitos
eletromagnéticos à distância podem ter consequências graves em equipamentos
elétricos e eletrónicos.
O RELÂMPAGO
O relâmpago
resulta da incandescência do ar sobreaquecido à passagem do raio na coluna de
ar, resultante da conversão da energia eletromagnética em energia calorífica.
Na figura apresenta-se o aspeto de um raio ramificado.
Algumas estatísticas
Na figura apresenta-se o aspeto de um raio ramificado.
Algumas estatísticas
- Ocorrem cerca de 20 milhões
de trovoadas por ano em todo o mundo, que estão associadas a nuvens de
desenvolvimento vertical, em regra cumulonimbus ou altocumulus castellanus
- Diâmetro típico de uma
trovoada: 15 a 25Km;
- Extensão vertical: 10 a 15Km;
- Duração: 1 a 2 horas.
Raios e relâmpagos.
O TROVÃO
O trovão é um
subproduto do raio. Ao longo da trajetória do raio, através da coluna de ar,
com diâmetro de poucos centímetros, ocorre uma expansão brusca do ar
sobreaquecido que origina uma onda de choque que dá origem a ruído
característico: trovão.
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