sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Anti-vegetativos de ultrassons




Um amigo acabou de investir num equipamento destes para tentar minimizar o seu, nosso, problema do desenvolvimento de vida no casco da embarcação.

Fora a informação que se encontra disponível nos sítios dos fabricantes destes equipamentos, naturalmente abonatória, não consegui encontrar nada mais que falasse sobre esta solução de uma forma independente.
Acabei, finalmente por encontrar a tão desejada informação num artigos de uma revista francesa da especialidade e que procuro espelhar nas linhas que se seguem.

Para termos uma ideia do que se está a falar este tipo de equipamento é baseado numa instalação electrónica composta por uma caixa de comando e controlo e um ou mais emissores, em função do tamanho da embarcação, colados pelo interior do casco e que transmitem uma série de ondas sonoras de alta frequência em baixa potencia.
Estas ondas criam uma parede de moléculas de água que se movimentam como um todo na superfície exterior e submersa do casco. Este micro movimento gerado impede algas e crustáceos de se agarrem ao casco.
Para garantir a eficácia deste equipamento ele deve estar ligado 24/24 horas, 12, 24 e 220 V. Nas versões duo, com 220 V permite estar ligado á tomada de força da marina. Tem um consumo de cerca 4,8 w, um pouco elevado!

Como se pode verificar nos sítios dos fabricantes abaixo indicados, a aplicação e montagem destes equipamentos é bastante simples, não havendo a necessidade de grandes intervenções, escolher um lugar seguro e seco para a central de controlo, resolver a questão da alimentação, passagem de cabos e aplicação dos emissores, colados ao casco no seu interior.
Deve-se ter atenção ás instruções do fabricante no que concerne o local correto a aplicar o(s) emissor(es). Uma vez aplicados, dificilmente se podem mudar, pois a colagem é definitiva com colas de epoxy bicompostas.
Só depois de montado e a funcionar teremos a garantia de que foi bem montado e de que todo o casco se encontra protegido, como por exemplo hélice, leme e parte ou todo o patilhão.

A montagem deste equipamento não abdica das saída do barco a seco para manutenção, ânodos, sensores electrónica, hélice, etc. No entanto, algumas delas podem ser feitas rapidamente com o barco pendurado nas cintas de travel lift, ficando sempre mais barata esta operação de movimentação.

Uma vez montado, é um equipamento que tem uma manutenção quase nula e que é para a vida. Prever sempre o consumo elevado do equipamento e ter atenção ás baterias. Uma sugestão pode passar por um painel solar para alimentar o equipamento.

Quando se fala em ultrassons fala-se em ruído. Pode-se ouvir um pequeno barulho, como um toc no casco, todos os dez segundos. Durante o dia não se sente, apenas encostando o ouvido ao casco, mas durante a noite poderá ser mais audível.

Os preços dos equipamentos cujos os links dos respectivos fabricantes se encontram abaixo, para um sistema duo (12/220 v) com dois emissores, barcos acima dos 11 m, custam cerca de € 2.260 para o Harsonic e € 1.730 para o Ultrasonic.


Quanto ás conclusões dos testes efectuados acabaram por não ser muito satisfatórios, mas ao mesmo tempo pouco claros...
O equipamento foi aplicado num Bavaria 32 que não era retirado da água á cerca de um ano. O casco encontrava-se na sua totalidade sujo com algas e incrustações de moluscos.
Uma semana depois da instalação do equipamento, retirou-se o barco da água.
As algas e incrustações continuavam no seu lugar, no entanto, um simples jato de alta pressão foi suficiente para por o casco completamente limpo em meia hora e sem forçar.
Claramente a vida submarina não aprecia os ultrassons!
Uma outra montagem num Elan 450 que navegou muitas milhas com o equipamento instalado, um único emissor, mostrou-se manifestamente insuficiente. Um terço da proa da embarcação, que não ficou bem protegida, ganhou vida. Um segundo emissor foi montado na proa e a questão ficou resolvida, apresentado apenas a formação de uma pequena película de algas que facilmente saem com a passagem de uma esponja, mergulhando. De salientar que o Elan é uma embarcação com duplo leme suspenso e que estes não ficaram protegidos. Acredita-se que tal tenha origem nas ligações dos lemes ao casco com Teflon que os isolou do resto do casco impedindo assim a propagação dos ultrassons. No entanto, o hélice e o respectivo veio, esses também isolados com uma junta, não apresentam qualquer vida.
A propagação das ondas ultrassons deste sistema fica um mistério e fica difícil quantificar a eficiência do sistema.
Vamos tentar seguir, ao longo do tempo, o que se passa com o que foi montado neste Bavaria 42.

Com a facilidade com que saem as cracas poderemos sempre seguir o concelho da Chica da Terceira, Açores, e fazer um petisco de cracas....
Como ela diz
Uma “craca” pode ter vários bicos.
As cracas, nascem em rochas e também se agarram aos cascos dos navios.
Mas estas foram apanhadas nas rochas.
Cozem-se com água do mar, deixam-se arrefecer e para a maioria dos açorianos é o melhor marisco.

         

Sem comentários:

Enviar um comentário